quarta-feira, 19 de junho de 2013

Entreter para se relacionar

Estudo realizado pela Edelman mostra que os usuários cada vez mais buscam entretenimento em diversos dispositivos, às vezes simultaneamente.

De acordo com o Edelman Global Entertainment Study, 96% dos entrevistados já acessaram mais de um destes dispositivos simultaneamente. No Brasil, o índice é ainda maior, chegando a 97% de respostas positivas. Os resultados também destacam semelhanças e diferenças de comportamento em torno do consumo de entretenimento, as interações nas mídias digitais, tendências globais de engajamento e distinções entre mercados emergentes e desenvolvidos. Veja, abaixo, o Infográfico.


Fonte: www.edelmansignifica.com 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O papel da imprensa quando o público se torna “editor”


Como dizem por aí “o universo conspira”. Na última semana, pude mergulhar em uma série de aprendizados que, ao final, se conectam. Logo no começo, tivemos, na sede da Edelman Significa, em São Paulo, um treinamento focado em entender como funciona a mídia internacional, em especial, a dos Estados Unidos. Nossos colegas do escritório de NY fizeram essa gentileza e nos apontaram o caminho das pedras para o relacionamento com a imprensa americana. Pudemos entender do cenário atual da profissão no País até peculiaridades no relacionamento entre empresa e imprensa.
Mais do que entender como funcionam, foi possível ver que a imprensa brasileira não está atrasada ou antiquada quando comparada à mídia nos Estados Unidos. Há, sim, um passo a frente da imprensa nova iorquina em que já entendem melhor como atuar levando em consideração, por exemplo, a interação com o leitor, que comenta as reportagens no site, interage nas redes sociais. Lá, inclusive, os repórteres são avaliados e recompensados financeiramente com base nessa troca. Nos Estados Unidos, essa matéria ganha peso para ser desmembrada ou melhor analisada no “impresso”. A versão que vai para as bancas já é vista como fonte analítica, desse modo, então, o jornal fica dedicado às notícias mais relevantes, mesmo que seja um jornal diário. Não dá mais para competir com a agilidade da internet e os responsáveis dentro das publicações já perceberam isso.
Do lado de cá do balcão, os profissionais de Relações Públicas pararam de valorizar somente a presença nas versões impressas e, já há algum tempo, entendem e catequizam clientes sobre a participação em veículos online. Isso significa, muitas vezes, interagir com o consumidor em outras plataformas, como o celular e o tablet por meio da imprensa, que coloca à disposição do leitor o acesso ao conteúdo via apps.
E aí que, nesse contexto, nessa semana de reflexões, fui ao Congresso Mega Brasil, principal evento de Comunicação Corporativa do Brasil, e pude acompanhar a palestra “relações empresa-imprensa: jornalismo em tempos de multiplataformas”, do ministrada pelo jornalista do O Estado de S. Paulo, João Paulo Kupfer. E o tema também foi à imprensa, dessa vez a nacional, e sua relação com o cenário atual.
A palestra trouxe elementos que comprovaram o que escrevi acima. Além de uma leitura crítica da imprensa desde a década de 60, quando a imprensa começa a ter força no País e, em seguida, se profissionalizar, até os anos 2000, com foco na forte entrada da internet e das mídias sociais como veículo de comunicação, que transforma todo mundo em mídia, e tem mudado o foco das publicações por aqui também.
Kupfer, em sua apresentação, também trouxe uma pesquisa da FENAJ – Quem é o jornalista brasileiro? – que expõe um mapa interessante da atuação desses profissionais no País. Vale a leitura. A discussão final foi a melhor parte. Foi acalorada, tomada por muitas questões direcionadas ao João, profissional de longa estrada, que compartilhou sua experiência recente com os presentes relatando como foi sua entrada para o jornalismo online, comandando um blog, sem deixar a presença nas publicações impressas e conta ainda que muitos o conhecem pela coluna no jornal, mas não sabem da existência do blog. Que buscam pautar a coluna e não gostam de serem direcionados para o “online”.
No livro “Você é o que você compartilha”, do Gil Giardelli, leitura que adquiri no Mega Brasil, aponta como a web mudou o jornalismo: “A chamada mídia tradicional foi tomada por uma crise de identidade da qual não se sabe como ou quando sairá. O jornalismo mudou. O quarto poder mudou”. Preocupante, pois, enquanto a imprensa não aprender a lidar com esse novo cenário, continuaremos a perder publicações e ver o mercado diminuir.
A internet elegeu um novo editor, o público. Ele está nas reuniões de pauta, ele tem voz atuante na imprensa. Agora o jornalista assume o papel de curador da informação.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Como entender o ódio nos comentários on-line?

Mentiroso, idiota, simpatizante de terrorista, enganador, desgraçado, louco. Essas e outras palavras de ódio e maldições de vários calibres foram dirigidas ao correspondente do 'The Independent' no Oriente Médio Robert Fisk. Ninguém as cuspiu em sua cara - elas estavam registradas nos campos de comentários de um artigo escrito em janeiro pelo jornalista - mas a vulgaridade, o caráter abusivo e ofensivo são os mesmos, com um agravante: os ataques virtuais vêm de anônimos, perigo tão comum na cibercultura. Mas afinal, por que as pessoas manifestam tanto ódio em comentários on-line?

A chave para compreender o fenômeno parece passar sim pelo anonimato, mas não apenas por ele, de acordo com as conclusões prévias da pesquisa 'Violência em Sites de Redes Sociais', elaborada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Católica de Pelotas, em parceria com o Grupo de Análise do Discurso da mesma instituição. O estudo tenta encontrar resposta para a pergunta "Por que as pessoas são tão agressivas e 'sem noção' na mídia social?", como questionou a pesquisadora do PPGL Raquel Recuero, cujas áreas de interesse são redes sociais e comunidades virtuais na internet, conversação e fluxos de informação e capital social no ciberespaço e jornalismo digital.

Em seu blog 'Ponto Mídia', Raquel explica que o objetivo da pesquisa é estudar a violência discursiva (tanto objetiva quanto subjetiva), mas especificamente a violência simbólica, e dá algumas pistas sobre os resultados. Uma das frentes do trabalho considera a face e o possível anonimato. "Nos sites de rede social não se vê a face do outro, ou o grupo que observa uma ofensa e o possível anonimato muitas vezes oferecido por essas ferramentas atua como válvula de escape para algumas agressões mais inflamadas, justamente porque o sujeito sabe que não vai sofrer sanção social se não souberem quem é ele."

Para o jornalista Samuel Barros, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Governo Eletrônico e Democracia Digital da Universidade Federal da Bahia este é um fenômeno bastante complexo, por uma dimensão subjetiva e outra social, mas algumas variáveis básicas podem contribuir para explicá-lo, como a crença de que o anonimato da internet protege contra penalidades. "Por conta da possibilidade de publicar conteúdos sem identificação, algumas pessoas avaliam que os discursos publicados na internet não são passíveis de punições, mesmo que afete os direitos objetivos ou subjetivos de outros."

Outro ponto levantado por Raquel é a hiperconexão das redes gerada pelos sites de rede social fazendo com que grupos que não dividem os mesmos valores e hábitos tenham contato, aumentando assim a possibilidade de atrito. "Quando somos obrigados a conviver diretamente com o diferente, surge o conflito", diz.

Samuel comenta: "Em uma sociedade plural, é verdade, mas é possível viver relativamente fechado em grupos. Então, quando as pessoas se encontram na internet podem emitir discursos que julgam bem aceitos e referendados, mas que na verdade são repudiados pela opinião pública", diz. "Chamo de opinião pública aquela que é de conhecimento público, baseada em valores de respeito à pluralidade do humano que se manifesta no outro. A internet, portanto, dá visibilidade a discursos de ódio ou preconceituosos que não são entendidos em seus grupos de origem como tais."

Uma terceira hipótese é o humor, mercadoria de capital social supervalorizada nas redes. "É 'legal' ser engraçado. Entretanto, na busca desesperada por fazer humor e acumular reputação com os amigos, as pessoas esquecem dos grupos que não são tão próximos que acabam também recebendo aquela mensagem e que podem interpretá-la em um contexto diferente e se ofender", explica Raquel.

"Nos ambientes on-line de interação social a fronteira entre público e privado não é facilmente perceptível", concorda Samuel, que é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. "De modo que as pessoas imaginam estarem falando privadamente com pessoas que compartilham determinadas opiniões incivis, mas estas opiniões transbordam o limite do privado e chegam ao conhecimento público. Enfim, neste caso, as pessoas têm consciência de que o discurso é incivil, mas o emite por uma falsa impressão de que o ambiente de interação é privado."

O artigo 'Crude Comments and Concern: Online Incivility's Effect on Risk Perceptions of Emerging Technologies', publicado em fevereiro por cinco pesquisadores da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, revela informações de uma investigação específica sobre a influência de comentários ofensivos na maneira como as pessoas opinam sobre fatos, dados, eventos e processos sobre os quais têm pouco conhecimento. No caso da pesquisa, nanotecnologia, um tema propositalmente neutro, escolhido para evitar arroubos passionais.

O jornalista Carlos Castilho, do 'Código Aberto', blog que segundo seu autor já teve "a área de comentários bastante tumultuada durante quase dois anos por trocas de ofensas entre leitores impacientes, pouco acostumados a terem suas opiniões contestadas por outros", comentou a pesquisa da instituição norte-americana: "As conclusões mostraram que as pessoas com pouca familiaridade com novas tecnologias como a nanotecnologia tendem a valorizar mais o lado negativo do tema em questão quando os comentários postados nos textos do blog resvalaram para a baixaria e ofensas pessoais."

Carlos destaca que, segundo o estudo, "embora os comentaristas pouco civilizados sejam os responsáveis pela criação de um clima de radicalização de posições num debate on-line, a causa, o gatilho que dispara a polêmica, é a noticia ou o texto analítico original publicado num blog, rede social ou página web de referência. A pesquisa mostra que uma notícia descontextualizada, enviesada ou uma análise crítica posicionada contra alguma ideologia, projeto político, postura religiosa ou proposta partidária tende a acirrar ânimos."

Samuel acredita que ao mesmo tempo em que a internet viabiliza a associação para ações benéficas em termos democráticos e sociais, permite também a reunião e a organização de extremistas, radicais e intolerantes de todos os tipos para a produção de discursos ou, pior, de ações contra determinados atores ou identidades.

A conclusão é que compreender por que as pessoas se sentem à vontade para manifestar ódio em comentários on-line é difícil e exige uma consideração sobre a dinâmica da comunicação, as motivações psicológicas e as implicações éticas.
 

segunda-feira, 11 de março de 2013

The role of Public Engagement to educate about conscious consumption

Gilles Lipovetsky, French philosopher, refers to our current era as ‘hyper-modernity’ and characterized by the culture of excess, individualism and a way of life where all things are intense and urgent. We live in a world of contrasts, which has a billion of people starving, freshwater shortage and so much rubbish that we don´t know what to do with it. This situation is very complex and raises lots of concerns.
With the Economic growth and the resulted raise in the offer of credit, people are consuming more and, therefore, using more natural resources. But they are also more conscious about sustainability. Consumers have been changing and are now paying more attention to companies’ practices and acquiring new habits which are less aggressive to the environment. Companies are paying more attention to corporate social responsibility and are more aware of the power of the consumer, with their social media and word of mouth channels.
We know that Consumer’s purchase decision involves more than product performance, that the brand must be engaged with consumer´s preferences and overall social issues. Actually, the Sustainability element has been contributing to influence consumer´s buying decision, choosing Companies with which they identify and approve their Conduct.
I appreciate the retail market movement in Brazil for sustainability. The retail and market associations are engaging the audiences for reflection, talking about conscious consumption, corporate social responsibility and sustainability. These actions try to identify the impacts – from people and Companies – in the world and work to change the scenario. This is a big challenge for Companies – from all sectors – and they need to improve their value chain and engage other stakeholders. Besides this, they must improve their operations and business model, highlighting the importance of the subject.
The dialogue that now Companies maintain with consumers is recent and we are learning together to identify solutions. Better and broader communication leads to a successful sustainability process when it delivers relevant information, and contributes to cultural change. All strategies must be aligned to attend all stakeholders.
The stakeholders see positively the communication of sustainability practices. On the other hand, the consumer is paying attention to the initiatives announced and if they are relevant or not. Be careful!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Conteúdo: Ferramenta-chave para o Engajamento online

Quem já assistiu uma de minhas aulas, seja sobre Facebook ou sobre RP Digital pelo Comunique-se, ou já conversou comigo sobre minha profissão sempre me ouviu falar em engajamento por meio de conteúdo, sua importância para demonstrar inteligência e diálogo com o público-alvo. Pois bem, nesse post vou reunir algumas dicas importantes para fazer a coisa acontecer e não deixar sua rede parecer um monólogo.

1.       Organize-se: Crie um calendário editorial para sua página no Facebook, seu blog ou Twitter. Essa visão geral lhe ajudará, primeiro, a entender quais assuntos serão mais importantes, definir mensagens-chave que devem estar nessa comunicação e entender, futuramente, quais delas geram mais engajamento.

2.       O planejamento também vai a ajudá-lo a definir que tipo de canal você deseja ter. Para isso, também tente entender seu público, que tipo de informação busca.

3.       Aprenda e utilize todas as formas de comunicação na rede: links, texto, vídeo e imagens. A variedade incrementa o alcance e o engajamento dos usuários, mostrando versatilidade.

4.       Adote uma linguagem humanizada para que as pessoas se identifiquem e queiram criar relacionamento e dialogar. As pessoas tendem a reclamar com as marcas somente e não conversar (não é isso que queremos, certo?)

5.       As mensagens precisam gerar valor para os usuários, portanto leve isso em consideração na hora de montar seu calendário editorial. Se não acrescentar nada, logo mais estará sendo cortado e não terá resultado de engajamento. Você pode e deve promover sua marca, mas com medida, cerca de 15% / 20% do conteúdo deve ser dedicado a isso diretamente. Pense sempre em postagens que incentivem as pessoas a procurar mais informações e a comentar.

6.       Não é fácil ser criativo para tantas mensagens, por isso é interessante utilizar algumas ferramentas que te levam a entender o dialogo dentro da sua página: Google Insights e Social Bakers e daqui buscar inspiração.

7.       Responda: As pessoas querem interação quando conversam com você nas redes sociais.

8.       O Facebook e o Twitter, cada vez mais, estão deixando de ser um Feed de Notícias, por isso, planeje seus conteúdos de acordo com as mídias. Não fique só replicando informações.

9.       Uma pergunta muito comum em meus cursos é “Devo postar somente conteúdo de minha autoria?”. A resposta é “não”. Claro, é importante produzir o próprio conteúdo, mas fazer uma boa curadoria de outros sites, projetos e imagens pela web também é interessante. Importante: Mencione sempre as fontes dos textos, imagens e vídeos.

10.   Imagem: Nem todo post precisa de imagem. Eu mesmo tenho certa preguiça de usar imagem, mas o fato é que as pesquisas apontam que o impacto de postagens com fotos é muito maior.

11.   Daqui um tempo, com a frequência, você vai ter uma fórmula pronta para os posts. Abandone-a. Sempre estude a eficácia de seus posts para que possa entender qual é a demanda de comunicação do momento, pois, quando menos esperar, o engajamento caiu. As redes sociais são feitas de pessoas e pessoas mudam, por isso é importante renovar posts.

12.   Frequência: Não existe uma conta que diga quantos posts devem ser feitos/ dia. Mas não é difícil encontrar pesquisas que apontam os melhores horários.

13.   Compartilhe com seus fãs seus resultados, 5000 fãs ou 100 Curtir, por exemplo.

14.   Faça perguntas, sobre imagens, campanhas, ideias. Coloque-as na legenda de suas fotos, por exemplo, onde esta foto foi tirada? Ou você já pensou em visitar esse lugar?

15.   Incentive a criatividade dos fãs pedindo que compartilhem textos e imagens.

16.   Crie mais fóruns no Facebook.

17.   Conte a sua história. Busque fatos interessantes ou importantes sobre sua marca.

18.   Celebre feriados e dias especiais que envolvam sua marca.

19.   O mais importante de tudo: Erre, tente e tente novamente e aprenda. Se um post não deu certo, mude o formato, o conteúdo. As relações públicas foram feitas para lidar com pessoas. Nossa matéria-prima muda a todo instante.

Conte-nos o que deu certo para você!

Abaixo, algumas apresentações sobre o tema:

 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vídeo: A ferramenta do ano


No mês passado, conduzi mais uma turma no curso online “Estratégias de RP para mídias sociais” e uma dúvida que surgiu bastante foi a respeito do uso de vídeos. Bom, a partir disso, pensei em fazer esse post aqui, reunindo algumas dicas e links, que julgo de utilidade para entender melhor como utilizar essa tecnologia com foco na comunicação corporativa. Dados de mercado, como poderá ver nas matérias que indico abaixo, provam a importância do uso dessa tecnologia.
O uso de vídeos para otimizar a gestão do compartilhamento de informações pode ser utilizado no contato com diferentes públicos estratégicos. Nas redes digitais, por exemplo, através da comunicação por vídeos online é possível facilitar treinamentos e a troca de conhecimentos. Isso porque o conteúdo transmitido através de vídeo se mostra mais eficiente e compreensível quando comparados ao texto.
Achei um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=jBAg9fT-dNE) de 2010, de um Workshop, que já defendia esse posicionamento. Já previa o avanço e a importância que ganharia na comunicação empresarial.
Links interessantes sobre o assunto:
Dados de Mercado:




TUTORIAIS:

http://valefotografico.forumeiros.com/t186-pequeno-manual-de-dicas-de-producao-captura-e-edicao-de-video

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

2012: ano da mobilização

Em 2012, o Especial de Comunicação Corporativa do jornal Valor Econômico traz, na capa, o título “Palavra do Líder: Engajamento do presidente reforça a reputação da empresa”. Essa é a prova de como o ano foi importante para o setor de Comunicação Corporativa. Reforçou-se, então, as relações públicas como ferramenta para o engajamento nos mais diversos contextos, praças e redes que as empresas passaram a assumir causas, ganhar identidade e envolver a sociedade muitas vezes em importantes transformações.
Transparência, respeito e sustentabilidade foram às palavras da vez, as que demonstraram mais humanidade no trato com o público. E elas tiveram que fazer parte do discurso de todos dentro das organizações, do presidente ao atendente, de forma coesa e sinérgica em todos os pontos. Em pesquisa da Aberje, executivos afirmaram ter que dedicar mais tempo ao diálogo direto com clientes, investidores, governo, fornecedores, entidades de classe e ONGs. De tal modo, essa mudança de postura evidencia a necessidade de um alinhamento das informações para a construção de desse posicionamento.
O tradicional estudo de confiança da Edelman, o Trust Barometer, destacou, em 2012, que apesar da queda geral do nível de confiança dos brasileiros, a mídia e as empresas seguem como as instituições mais confiáveis. A mídia tradicional segue como a mais importante para os brasileiros, com 51% da confiança, seguida pelas múltiplas fontes online, com 42%, mídias sociais, 21% e comunicação corporativa com 27%. O que mais chama a atenção, no entanto, é a confiança deposita no indivíduo: o brasileiro passa a acreditar mais em si mesmo, principalmente quando se trata de expressar a opinião sobre uma empresa. O estudo mostra que 86% confiam mais em uma pessoa comum quando desejam saber algo a respeito de uma Companhia ou produto, por exemplo.
Nesse contexto, a busca pelo engajamento das pessoas tornou-se relevante dentre todas as estratégias das empresas, com o papel inicial de dizer o caminho a se seguir, principalmente. A leitura do que o público deseja, seja em termos de produto ou posicionamento. As iniciativas em responsabilidade social e sustentabilidade passaram a conferir mais credibilidade às Companhias, rankings e mais rankings surgiram dando foco ao tema na imprensa que tem buscado desmistificar a relação entre marketing e sustentabilidade por meio de pesquisas e auditorias no setor. Isso porque no Brasil, diferente de outros países, a cultura de que as instituições privadas têm a responsabilidade de resolver questões sociais é muito forte.
Outro público fortemente trabalho, os funcionários deixaram de ser apenas colaboradores e começaram a serem vistos como “guardiões da marca”, como de fato são: os principais personagens da formação da reputação da empresa. E os processos se seguiram para todos os demais stakeholders, que passaram a ser ainda mais estratégicos.
A minha opinião sobre essa movimentação, talvez mais pessoal e poética – muito mais – do que profissional, é que a visão de mundo de todos está em processo de mudança, deixando de lado a grande preocupação com o que é material, deixando para trás a busca incessante por dinheiro e excessos, abrindo espaço para um tempo em que a qualidade de vida é primordial, é querer ser feliz todos os dias, todas as horas – não que isso seja possível também, mas a busca existe.
Enfim, que 2013 seja o ano da consolidação do que há de melhor em nosso mercado. Que ele evolua de tal modo que possamos apostar, cada vez mais, em grandes oportunidades e desafios profissionais.