domingo, 20 de julho de 2008

Percepções sobre a NewsCamp

No dia 19 de julho, aconteceu a terceira edição da NewsCamp, acredito que com mais de 100 pessoas, no espaço Gafanhoto. Foi uma experiência e tanto. Primeiro porque comecei a me interessar por comunicação digital esse ano. Então todo esse universo é novo para mim. Foi realmente um palco muito rico de discussões para minha formação no assunto. E, segundo, que, de fato, esse foi meu primeiro encontro (físico e não virtual) com pessoas interessadas em discutir o rumo que as mídias sociais e a comunicação digital estão tomando.

A primeira coisa que me chamou a atenção no evento foi o formato. Na verdade, não há um formato. A idéia é que todos participem da discussão. Comente e expresse sua opinião. Não há PowerPoint ou regras. As conversas são abertas e sem coordenação. Curioso.

Resolvi que, no primeiro horário – 10h às 12h, iria acompanhar a discussão sobre a formação do jornalista. É interessante entender qual é o papel do jornalista nesse novo formato de se comunicar. André Abreu, Gerente de Comunicação Corporativa da TAM e Professor da Universidade Anhembi Morumbi, e o editor do Portal Limão, Marcelo Hargreaves, de certa forma, conduziram a desconferência.

Uma premissa que ficou, na minha opinião, é que devemos pensar se o jornalista que está saindo das universidades está preparado para lidar com as novas ferramentas de comunicação com seu público. Se eles estão formados para fazer a informação chegar para o interlocutor que a julga relevante. Conseqüentemente, foi discutida a falta de profissionais para preencher essas vagas, que crescem a todo momento, e se as instituições de ensino estão abordando as novas mídias dentro das salas de aula.

Voltei do almoço, por volta das 15h, para ouvir a discussão sobre RP 2.0. A que mais me interessava. A desconfêrencia começou atrasada e com um pouco de tumulto. O pessoal voltou do almoço um tanto quanto animado. Mas, no fim, a organização e o interesse no tema fez com que tudo se acertasse. Blogueiros, RPs, jornalistas e curiosos participaram da discussão. Entre os convidados estavam Thiane Loureiro, da Edelman, Mario Soma, da RMA e Pólvora e Wallace Baldo, da Ketchum.

A debate foi muito bom. Os convidados se apresentaram e falaram um pouco sobre o que fazem. Acho que o que permeou no grande bate-papo é que as agências de relações públicas e seus clientes vão precisar entender e enfrentar as mudanças que a internet trouxe. Relacionamento foi a palavra da vez. Na verdade, RP 2.0 só valoriza mais a cerne da atividade, que é o ato de se relacionar, de conhecer seu interlocutor a fundo. “O bom RP já pratica a RP 2.0”, disse Lúcia de Freitas, jornalista, responsável pelo blog LadyBug. “O bom profissional entende a fundo o seu público e sabe se relacionar com ele, sem ser inconveniente”, completa.

As relações públicas não são compreendidas pelo empresariado, que exige resultados instantâneos, que reduz a atividade a uma produção em massa de textos. Isso reflete também no trabalho com mídias sociais. O blogueiro bloga porque gosta. Ele não tem vínculo empregatício com aquela mídia. Por isso, ele deve receber tratamento diferenciado. Ele não deve apenas fazer parte de um mailing que vai receber press releases. Ele deve, sim, ser estudado.

“O RP responsável pela aproximação com o público presente nas novas mídias deve entender se a empresa realmente deve abordá-lo. Se ele vai atingir o público no qual também é essencial para o negócio daquela organização, disse Thiane, da Edelman. E mais, se a instituição deve estar nessa mídia.”, enfatiza.

Concluo que, assim como aprendemos nos primeiros anos da faculdade de relações públicas, pesquisar e diagnosticar ainda é a atividade principal antes de arregaçar as mangas e, principalmente, orientar qualquer tipo de ação para seu cliente.

O tema é importante e dá muito pano para a manga. Pretendo aborda-lo em outros posts para não me prolongar muito nesse. Vale registrar que a experiência foi muito boa!

4 comentários:

Nathália Vieira disse...

Oi Edu,
Que legal, deve ter sido muito bom mesmo lá!
Vou acompanha os próximos posts sobre o assunto!! Adorei!

Beijos,

.lucas guedes disse...

opa! legal teu blog. eu não achei assim TÃO bom o newscamp. gostei daquela discussão que participamos sobre formação, mas achei algumas coisas um pouco chatas e desorganizadas. tudo bem que era desconferência, mas sei lá, achei meio difícil identificar as pessoas e os horários muito loucos, mas no geral, foi bom o evento. abraços.

Eduardo Alves disse...

Oi, lucas.
Obrigado. Também gostei do seu blog. Já está em meus favoritos.
Então, também achei o periodo da tarde um tanto quanto confuso, mas como foi meu primeiro contato com essa "tribo", digamos assim, achei interessante pela experiência. Acredito que o modelo de conferência normal vá levá-los a tirar mais conclusões. Escrevi para o Eduardo, inclusive, sugerindo que eles fizessem um documento dos assuntos discutidos, bem como das conclusões chegadas. Assim não se discute a mesma coisa todo ano, né!? E, além disso, a desconfêrencia terá algum sentido.
Abraço,

Alexandre Carvalho disse...

Aí é que está, Eduardo. Depois de cada NewsCamp, não se chega a conclusão nenhuma. Tem sido assim desde a primeira edição. Muita gente falando, opinando, mas a coisa não passa disso. E acho que nem é esse o objetivo.