terça-feira, 15 de janeiro de 2013

2012: ano da mobilização

Em 2012, o Especial de Comunicação Corporativa do jornal Valor Econômico traz, na capa, o título “Palavra do Líder: Engajamento do presidente reforça a reputação da empresa”. Essa é a prova de como o ano foi importante para o setor de Comunicação Corporativa. Reforçou-se, então, as relações públicas como ferramenta para o engajamento nos mais diversos contextos, praças e redes que as empresas passaram a assumir causas, ganhar identidade e envolver a sociedade muitas vezes em importantes transformações.
Transparência, respeito e sustentabilidade foram às palavras da vez, as que demonstraram mais humanidade no trato com o público. E elas tiveram que fazer parte do discurso de todos dentro das organizações, do presidente ao atendente, de forma coesa e sinérgica em todos os pontos. Em pesquisa da Aberje, executivos afirmaram ter que dedicar mais tempo ao diálogo direto com clientes, investidores, governo, fornecedores, entidades de classe e ONGs. De tal modo, essa mudança de postura evidencia a necessidade de um alinhamento das informações para a construção de desse posicionamento.
O tradicional estudo de confiança da Edelman, o Trust Barometer, destacou, em 2012, que apesar da queda geral do nível de confiança dos brasileiros, a mídia e as empresas seguem como as instituições mais confiáveis. A mídia tradicional segue como a mais importante para os brasileiros, com 51% da confiança, seguida pelas múltiplas fontes online, com 42%, mídias sociais, 21% e comunicação corporativa com 27%. O que mais chama a atenção, no entanto, é a confiança deposita no indivíduo: o brasileiro passa a acreditar mais em si mesmo, principalmente quando se trata de expressar a opinião sobre uma empresa. O estudo mostra que 86% confiam mais em uma pessoa comum quando desejam saber algo a respeito de uma Companhia ou produto, por exemplo.
Nesse contexto, a busca pelo engajamento das pessoas tornou-se relevante dentre todas as estratégias das empresas, com o papel inicial de dizer o caminho a se seguir, principalmente. A leitura do que o público deseja, seja em termos de produto ou posicionamento. As iniciativas em responsabilidade social e sustentabilidade passaram a conferir mais credibilidade às Companhias, rankings e mais rankings surgiram dando foco ao tema na imprensa que tem buscado desmistificar a relação entre marketing e sustentabilidade por meio de pesquisas e auditorias no setor. Isso porque no Brasil, diferente de outros países, a cultura de que as instituições privadas têm a responsabilidade de resolver questões sociais é muito forte.
Outro público fortemente trabalho, os funcionários deixaram de ser apenas colaboradores e começaram a serem vistos como “guardiões da marca”, como de fato são: os principais personagens da formação da reputação da empresa. E os processos se seguiram para todos os demais stakeholders, que passaram a ser ainda mais estratégicos.
A minha opinião sobre essa movimentação, talvez mais pessoal e poética – muito mais – do que profissional, é que a visão de mundo de todos está em processo de mudança, deixando de lado a grande preocupação com o que é material, deixando para trás a busca incessante por dinheiro e excessos, abrindo espaço para um tempo em que a qualidade de vida é primordial, é querer ser feliz todos os dias, todas as horas – não que isso seja possível também, mas a busca existe.
Enfim, que 2013 seja o ano da consolidação do que há de melhor em nosso mercado. Que ele evolua de tal modo que possamos apostar, cada vez mais, em grandes oportunidades e desafios profissionais.

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