domingo, 13 de abril de 2008

Museu de jornalismo é inaugurado nos EUA

Abaixo, notícia veiculada no jornal OESP, do dia 9 de abril. A matéria foi escrita por Patrícia Campos Mello, de WASHINGTON. Muito bacana!


Newseum mostra como a mídia cobriu grandes acontecimentos e faz homenagem a heróis da profissão; capa do ‘Estado’ representa o Brasil

A porta do edifício Watergate que levou à eclosão do escândalo, mais de 35 mil capas de jornais do século 16 até hoje, o bloco de anotações do jornalista que deu o furo sobre o caso de Bill Clinton e Monica Lewinsky e até um pedaço do muro de Berlim - tudo isso faz parte do maior museu de jornalismo do mundo, que será inaugurado na sexta-feira, em Washington (EUA). O Newseum custou US$ 450 milhões, sendo a maior parte financiada pelo Freedom Forum, fundação para defesa da livre imprensa ligada à Gannett (que publica o USA Today). Grandes grupos jornalísticos como The New York Times, Knight Foundation, Bloomberg, News Corp, ABC News, Time Warner e NBC News também colaboraram.

O museu interativo de 23 mil metros quadrados mostra desde placas de barro com escrita cuneiforme até as últimas modalidades de jornalismo, como os vlogs (blogs em vídeo). Mostra também como a mídia cobriu acontecimentos como a queda do muro de Berlim e os atentados de 11 de setembro. “Este é um museu que muda constantemente, todas as galerias têm um espaço vazio para adicionarmos novas tecnologias e notícias atualizadas”, disse Susan Bennett, vice-presidente do Newseum.

Na galeria com capas do dia de jornais de todo o mundo, o Estado estava representando o Brasil.

Na seção de Notícias no Mundo, há um tributo aos jornalistas que morreram em ação, e um dos homenageados é o brasileiro Tim Lopes. “O repórter da TV Globo Tim Lopes foi seqüestrado, torturado e morto por gângsteres brasileiros em 2002”, diz a legenda. Outros homenageados são Daniel Pearl, que era correspondente do The Wall Street Journal, e o correspondente da revista Time Michael Weisskopf. Pearl foi morto por terroristas paquistaneses. Weisskopf perdeu a mão na guerra do Iraque.

Mas o Newseum não se limita a retratar o heroísmo da profissão e reserva uma ala (pequena, é verdade) para grandes vexames jornalísticos. Na seção dedicada aos mitômanos do ofício aparecem Jayson Blair, que em 2003 foi despedido do The New York Times depois de descobrirem que ele fabricava matérias, e Janet Cooke, do Washington Post, que ganhou o Pulitzer em 1981 com uma série de matérias inventadas.

As grandes “barrigas” do jornalismo também estão presentes - um jornal de Connecticut que noticiou o fim da Primeira Guerra quatro dias antes de assinarem a paz, as TVs que deram vitória a Al Gore na Flórida em 2000 e a maior delas: a manchete do Chicago Daily Tribune anunciando que Thomas Dewey havia ganho a eleição do presidente Harry Truman em 1948.

Ao lado dos painéis, uma pesquisa de 2005 indica que apenas 28% dos americanos têm “plena confiança” em notícias de jornais e TVs.

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