sábado, 2 de junho de 2007

Legislar ou legitimar?


Por iniciativa do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, a Lei n° 5.377 (http://www.conrerp-sp.org.br/perfil_conrerp.asp#l2), de 11/12/1967, que regulariza a profissão de RP, será atualizada. O CONFERP está finalizando os debates e pede que as sugestões sejam encaminhadas para rp@conferp.org.br, até o dia 15 de junho. A discussão parece envolver toda a categoria, mas estamos no caminho certo para a legitimação da profissão no País?

O objetivo dos órgãos representativos, acima de tudo, deve girar em torno da promoção das relações públicas de forma continua, consistente e integrada. Porém, não é preciso pesquisas para saber que a sociedade não tem conhecimento sobre a importância das relações públicas para a evolução das organizações. Portanto, há uma série de questões a serem discutidas entre os RPs que trarão mais resultados a todos.

É necessário definir o perfil do relações-públicas contemporâneo e, a partir disso, formar projetos que apresentem a atividade e contribuição que pode oferecer as empresas. Com a casa arrumada, partimos ao ataque. Divulgar as relações públicas é parte fundamental em todo esse processo e, para isso, é necessário que o assunto seja discutido na mídia (grande imprensa e especializada) de forma que a teoria e a prática tornem-se de conhecimento da comunidade.

Acredito que todo o esforço em prol da evolução da profissão no Brasil é válido. Mas hoje o cenário exige uma atualização com relação a postura da categoria frente ao mercado e não somente junto a legislação. Eu me pergunto se este é o próximo passo?

Um comentário:

Ana Manssour disse...

A questão do desconhecimento das relações públicas no Brasil pelas organizações e pela sociedade é muito antiga. Eu, pelo menos, convivo com isso há 23 anos. Umas das possíveis razões é a diferença gritante entre Relações Públicas e Public Relations. Ou seja, o que é Relações Públicas no Brasil e o que é nos Estados Unidos. Os conceitos e atividades são bastante diferentes.

Já algum tempo venho pensando se não seria mais interessante mudarmos a nomenclatura da profissão. Basicamente, um realinhamento de marca. Quando um nome não combina com o produto ou serviço, por mais que se faça esforços, sempre há uma grande lacuna e dificuldades de unir "o nome à pessoa".

Obviamente que essa mudança não resolveria o problema sozinha. Teria que haver todo um planejamento estratégico para lançar a nova marca de maneira alinhada à identidade da profissão, trabalhando uma nova percepção sobre a nossa atividade, o que possivelmente nos libertaria da visão de fazedores de festinhas, jornaizinhos, promoters, recepcionistas e até mesmo dos "manipuladores de imagem", como vimos há pouco tempo um consagrado autor falando sobre nós (lembram-se das "Pombas"?).

Isto, certamente, seria um trabalho de grande fôlego e que precisaria ser desenvolvido por uma equipe de profissionais e acadêmicos orientados pelas mesmas diretrizes.

Tá bem, podem falar. Isso é um absurdo, é impossível, não tem como ser feito.

Então, bola pra frente que atrás vem gente, e vamos tomando providências paliativas. Fazer o quê?